Saúde é “um estado de bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças ou enfermidades”, esta é a definição da Organização Mundial da Saúde - OMS. Conforme a medicina avança a passos largos, aumentamos a cada dia nossa compreensão da saúde humana e como aprimorá-la. Mas até que ponto nossa relação com o meio ambiente pode influenciar a mesma?
Primeiramente, há de se analisar a própria natureza do debate: por que há essa distinção entre natureza e o ambiente em que vivemos? A agregação de seres humanos em cidades é antiga, mas nos últimos séculos que o processo atingiu outras proporções, chegando hoje a mais de 50% da população humana em centros urbanos. Esse afastamento contribuiu para a distinção entre ambientes “urbanos” e “naturais”, que talvez não precisasse existir.
"Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a humanidade e nos alienamos desse organismo de que somos parte, a Terra, passando a pensar que ela é uma coisa e nós, outra”. Tal frase, proferida pelo indigenista Ailton Krenak, resume bem a forma que a civilização passou a ver o meio ambiente. Mas como fugir desse rumo?
Além do notório valor intrínseco que a natureza detém, é necessário também pautar seu valor prático, sua utilidade para nós. O assim denominado valor psico-espiritual, encarrega-se de descrever o prazer, o inquestionável bem-estar de se encontrar em um ambiente assim. No Japão, existe a prática dos chamados “banhos de floresta”, onde as pessoas recebem orientação médica para “fugir” dos centros urbanos caóticos e fazer trilhas, ouvir pássaros e caminhar sob o sol. Os efeitos são claros, indo de diminuição do stress até melhora do sono e sistema imunológico. Mas os benefícios vão além do bom humor.
A biodiversidade guarda tesouros por si só, principalmente aqueles de interesse médico. A quantidade de remédios e fármacos sintetizados a partir de animais e plantas é gigantesca, movendo um mercado bilionário anualmente. Proteger a fauna e flora é medicamente importante e financeiramente estratégico, ainda mais quando nos colocamos no lugar de país mais biodiverso do planeta.
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