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Foto do escritorinstitutocuricaca

Apenas o corredor trinacional viabilizará mastofauna do Turvo

O II Seminário do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná – que ocorreu Foz do Iguaçu (PR) entre os dias 12 e 14 de outubro – contou, entre as experiências presentes, com o trabalho de 16 anos do Instituto Curicaca em corredores ecológicos. Os participantes se encantaram com a diversidade de abordagens, com macro e microcorredores, e com a evolução nas metodologias de planejamento territorial utilizadas. O coordenador técnico da ONG, Alexandre Krob, apresentou os resultados obtidos com os Microcorredores Ecológicos de Itapeva (2007) e, mais recentemente, com o Corredor Ecológico do Cervo-do-pantanal no Rio Grande do Sul (2013). Além disso, enfatizou a importância da retomada do nível internacional do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná – lado paraguaio e argentino -, fundamental para a conservação da onça-pintada no Parque Estadual do Turvo.


Com  chegada do final do projeto da Rede Gestora do Corredor do Rio Paraná, conduzido pela ONG Mater Natura, fica a expectativa de que os atores estejam suficientemente engajados a ponto de darem continuidade ao que foi construído até aqui. Por um lado, pesa a desarticulação que veio após o projeto do Corredor Trinacional, desenhado para a mesma região pelo WWF entre 2002 e 2004, e que praticamente ficou engavetado. Por outro, o final do seminário indicou um forte interesse das pessoas atualmente envolvidas, que fazem parte de instituições que se beneficiariam com a melhoria da cobertura florestal e o ecodesenvolvimento na região. O Instituto Curicaca assumiu a posição de ponto focal para a porção extremo sul do corredor, que abrange o Parque Estadual do Turvo.


Se o corredor trinacional não for efetivado, pondera Alexandre, seja formalmente por um compromisso dos três países – Brasil, Argentina e Paraguai – ou informalmente por uma coalisão e atuação conjunta mais fortes de instituições que atuam no território, poucas chances há para a população de onças-pintadas que ocupam o Parque Estadual do Turvo. Como elas, outros grandes mamíferos – catetos, porcos-do-mato, antas, pumas – e aves de rapina – harpia, gavião-de-penacho – dependem do corredor, já que o parque está cercado por plantações de soja no lado brasileiro. Alguns novos passos envolvendo os parques nacionais na Região do Rio Iguaçu poderão ser uma oportunidade de retomada desse corredor. Nosso desafio é manter o Parque Estadual do Turvo integrado à iniciativa e agregar territórios e instituições estratégicas da Província de Missiones, complementa Krob.

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