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Artesanato com palha de butiá da região de Torres poderá ser patrimônio cultural imaterial do RS

Desde 2003 o Instituto Curicaca vem trabalhando com iniciativas de salvaguarda de bens culturais na porção superior do Litoral Norte do Rio Grande do Sul e priorizamos os saberes e fazeres tradicionais associados ao artesanato com palha de butiá. Com a ajuda da EMATER fizemos contato com duas artesãs e daí se desdobrou uma rede de senhoras numa faixa etária de 65 a 100 anos, que são portadoras da história e da memória dos múltiplos significados que compõem um patrimônio ainda invisível aos torrenses e à sociedade gaúcha.


Embora dentre o conjunto de ações de valorização e reconhecimento haja momentos e resultados muito importantes, como a educação patrimonial, um plano de conservação e uso sustentável dos butiazais, uma normativa para o manejo sustentável e proteção, a construção do site artesdobutia.com.br, a pérola está na proposta de reconhecimento do Modo de fazer artesanato com palha de butiá da Região de Torres como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. A proposta técnica foi desenvolvida entre 2014 e 2015 e protocolada no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Estadual – IPHAE – em 2016.



Em 2020 tivemos uma manifestação do órgão sobre a proposta, na qual foram solicitadas algumas complementações. Pelos caminhos do destino, isso coincidiu com uma possibilidade de apoio a projetos, a qual submetemos uma proposta e tivemos a felicidade de sermos aprovados dentre mais de 650 inscritos. Nesse projeto, executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20, o Instituto Curicaca está buscando complementar informações que qualificam o entendimento de significado e singularidade do bem, promovendo motivações às políticas públicas municipais de cultura para a salvaguarda do bem e restabelecendo diálogos educativos com as escolas de Torres.


A oportunidade reafirma a parceria técnica entre o Instituto Curicaca e o IPHAE, que vem desde 2013 ajudando no aperfeiçoamento da gestão do patrimônio cultural imaterial pelo Estado do Rio Grande do Sul. Logo, ao que tudo indica, pela qualidade da proposta técnica, o desejo das artesãs e a urgência do registro pelos riscos aos quais este bem está exposto, teremos o tão merecido reconhecimento desse saber e fazer secular e das mestras artesãs, parte de uma história que é desmerecida pelos processos formais, como tantas outras que dão múltiplas dimensões à caminhada da sociedade brasileira.

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