O Instituto Curicaca esteve presente na Oficina Nacional voltada à conservação de espécies de répteis e anfíbios sob ameaça de extinção da Região Sul do país. Promovida pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (RAN/ICMBio), as atividades ocorreram, entre 18 e 21 de outubro, na Academia de Biodiversidade (Acadebio), no município paulista de Pirassununga.
Estiveram reunidos cerca de 40 pesquisadores de universidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, além de representantes de entidades não governamentais, de governos municipais e estaduais e de Unidades de Conservação. A partir do encontro foram definidos objetivos e ações para o Plano de Ação Nacional (PAN) para conservação desta fauna ameaçada e que ocorre no Sul englobando áreas onde o Instituto Curicaca tem trabalhado pela conservação e recuperação de seus hábitats.
Os participantes definiram oito objetivos específicos a serem seguidos no Plano, cada um com diversas ações que deverão ser realizadas até 2016. Como o grupo era formado principalmente por pesquisadores, o objetivo mais abordado foi o de geração e sistematização de conhecimentos. Alexandre Krob, coordenador técnico do Curicaca avaliou como muito positiva a iniciativa que permite a aplicação do conhecimento científico em ações efetivas de conservação. Para Krob, “assim conseguimos uma maior integração entre academia, governo e sociedade organizada brasileiros na definição de estratégias práticas de conservação de um dos grupos mais ameaçados da biodiversidade do Planeta”.
O Instituto Curicaca assumiu a articulação do eixo que buscará a compatibilização de atividades agrosilvopastoris com a conservação de espécies de répteis e anfíbios. Uma das principais ameaças identificada às espécies é a fragmentação de hábitats causada pela forma como a silvicultura, a pecuária, a agricultura de várzea e de encosta vêm sendo realizadas. A estratégia adotada para tentar alterar esta situação é o fomento à mudança para sistemas ecológicos de produção. O Curicaca também vai articular ações dos outros eixos buscando a efetividade das Unidades de Conservação onde as espécies ameaçadas ocorrem, o aperfeiçoamento e melhor aplicação da legislação ambiental e a educação e difusão de conhecimentos.
Foi dado destaque à Região de Itapeva e à Lagoa do Morro do Forno que são áreas de extrema importância para conservação das espécies alvo do Plano. Na primeira, o Curicaca coordena a manutenção e recuperação da conectividade, por meio dos Microcorredores Ecológicos de Itapeva, já na segunda está em andamento a proposta de criação de uma Unidade de Conservação, que agora passa a ter alcance nacional. “Observamos o reconhecimento de espaços onde o Curicaca tem propriedade de conhecimento e com isso será possível estabelecer uma conexão maior entre as estratégias já realizadas e as atividades deste Plano, o que fortalece as ações”, reconhece Krob.
Crédito Fotos: Patrick Colombo e RAN/ICMBio
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