Curicaca e Parque de Itapeva vão ao SAPIS apresentar o Plano de Uso Público
Planejamento colaborativo do Uso Público minimizando conflitos em um Parque. Esse é o título do trabalho que será apresentado pelo Instituto Curicaca e o Parque Estadual de Itapeva no VIII SAPIS - Seminário Brasileiro de Áreas Protegidas e Inclusão Social - e no III Encontro Latinoamericano de Áreas Protegidas e Inclusão Social.

O evento vai ocorrer no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 21 de outubro e reunirá técnicos, lideranças comunitárias, gestores públicos e pesquisadores que atuam no tema vindos de todo o Brasil e de diversos países da América Latina. Considerado um dos eventos brasileiros mais importantes sobre áreas protegidas, destaca-se por agregar conservação e uso sustentável da biodiversidade. Provoca o debate e as trocas em estratégias socioambientais de conservação e também nas mais protetivas. O artigo completo foi aprovado para apresentação oral no Grupo de Trabalho "Ecoturismo e uso público em áreas naturais protegidas". O trabalho foi realizado a muitas mãos com diversos técnicos da ONG, da Unidade de Conservação, do município de Torres, conselheiros, representantes de associações, lideranças, outros órgãos estaduais e federais. Só que o evento só permitia três co-autores, então todos serão representados por Alexandre Krob e Beatriz Aydos, do Instituto Curicaca, e Paulo Grübler e Danúbia Nascimento, do Parque Estadual de Itapeva/Sema-RS. A confirmação da ida dos gestores ao evento ainda aguarda liberação da Secretaria. Leia o Resumo: O Parque Estadual de Itapeva, localizado em Torres, RS, foi criado em 2002 sob fortes conflitos de interesses. Na época, a justificativa para sua criação foi embasada na riqueza biológica e os biólogos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apresentavam nas audiências públicas fotos de espécies ameaçadas que pouco convenciam. As reuniões públicas do processo foram bastante tensas e o Instituto Curicaca buscou, de outra forma, sustentar que a criação da UC traria benefícios sociais e econômicos para a comunidade. Usou como exemplo sua experiência nos Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral, em Cambará do Sul, aonde conduziu um projeto de ecoturismo sustentável que ajudou na organização e qualificação dos moradores para atuar e beneficiarem-se de serviços oferecidos aos visitantes. Ali, os resultados socioambientais e de reconhecimento da importância das UC foram ótimos. Entretanto, no Parque de Itapeva isso demorava muito e os conflitos se acirravam. A ONG e o conselho conseguiram sensibilizar a gestão para elaborar um Plano de Uso Público. O Curicaca foi contratado para realizá-lo. Suas características mais relevantes foram o planejamento colaborativo com a sociedade, o intenso envolvimento do conselho da UC e uma estratégia com cenário misto de investimentos públicos e concessões em separado permitindo a inclusão da comunidade e empresários locais nos processos e não apenas como funcionários contratados.