Professores qualificados e bem remunerados são a chave para a transformação da sociedade. Por isso, no dia 17 de março o Instituto Curicaca realizou, em parceria com a Secretaria de Educação de Arvorezinha, uma oficina de sensibilização na educação ambiental. Os participantes desse evento foram cerca de 30 educadores e assessores pedagógicos que atuam com os jovens que vivem na região onde o sapinho admirável, ou sapinho-de-barriga-vermelha, habita.
O encontro ocorreu no Perau de Janeiro, onde existe um centro turístico com cabanas e camping onde a equipe de pesquisadores e técnicos do Curicaca costuma ficar. Lá, foi realizada uma série de atividades (jogos cooperativos, arteterapia, entre outras), baseadas na metodologia de educação ambiental do Curicaca, que tem como referência o aprendizado sequencial de Joseph Cornell.
O encontro de formação, conduzido pela coordenadora de educação ambiental do Curicaca, Patrícia Bohrer, teve enfoque principalmente na sensibilização e no autoconhecimento dos participantes. Foram apresentadas e praticadas técnicas que envolvem a ludicidade e podem ser usadas para sensibilizar os jovens sobre a importância da biodiversidade e, nesse caso, das ações necessárias para garantir a sobrevivência do sapinho ameaçado de extinção. Também foram realizados debates sobre os métodos propostos, dentro do seu sentido pedagógico. Ainda houve uma trilha — e atividades específicas para ela — até a área na beira do rio onde o sapinho admirável se reproduz. Em seguida, os integrantes retornaram da trilha, fizeram um almoço coletivo e finalizaram o evento com uma atividade de reflexão e compartilhamento baseada em arteterapia.
Para os professores e a Secretária de Educação, o resultado desse trabalho foi muito positivo. Os participantes se mostraram bastante satisfeitos com a oportunidade de interação com aquelemeio, de vivenciar as atividades, de estar em contato com a natureza, e de poder aprender estratégias lúdicas para utilizar com seus alunos. O desdobramento disso depende de quanto os processos realizados durante a oficina serão efetivamente aplicados na formação das crianças. “Nós acreditamos que um trabalho, para ser transformador, deve ser continuado”, afirma Patrícia Bohrer. “Manter essa continuidade é sempre um desafio dentro do Curicaca”, complementa.
E por que os professores?
O Curicaca estava organizado em 2017 para realizar as atividades de educação ambiental diretamente com as crianças da escola municipal de Arvorezinha que recebia as crianças do Perau do Janeiro. O plano era que o evento fosse repleto de ludicidade, mas que também as sensibilizasse sobre as questões ambientais como um todo e sobre o sapinho-de-barriga-vermelha, que precisa de cuidados em relação a sua preservação. Entretanto, no final do ano passado, embusca de redução dos custos, a prefeitura fechou a escola municipal que atende a região. Por isso os alunos foram deslocados para escolas no centro da cidade. Em consequência, o trabalho com as crianças teria de tomar uma proporção muito grande, com vários encontros,o que demanda uma condição de campo que não dispomos no momento. “Estamos buscando os meios para realizar mais encontros de formação com os professores, o que significa conseguir trabalhar em escala para abranger o município como um todo”, explica Alexandre Krob, coordenador técnico da ONG.
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