Retomada de esforços em defesa da Fundação Zoobôtanica do Rio Grande do Sul iniciou com o chamamento para uma audiência pública sobre as ameaças de extinção e privatização que as fundações e empresas estatais vêm sofrendo no governo de José Ivo Sartori e que estão indo à votação na Assembleia Legislativa. Realizada na semana passada, 03/11, pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembléia Legislativa, a audiência contou com a presença de deputados estaduais e federais, servidores, funcionários, sindicatos, associações, ONG’s e estudantes.
A Fundação Zoobotânica é mais uma das tantas fundações e empresas públicas que vem sofrendo com o desmantelamento promovido pelo Governo, que em agosto do ano passado enviou o projeto de lei [PL] 300/2015 para sua extinção e demissão de servidores. Acabar com a FZB representa um prejuízo enorme para o meio ambiente e para a sociedade, visto que tem extrema importância na conservação da biodiversidade, na educação ambiental, na formação de técnicos especializados. O Museu de Ciências Naturais é referência nacional em pesquisa sobre a riqueza biológica do Rio Grande do Sul.
Instituto Curicaca marcou presença na audiência pública.
O coordenador técnico, Alexandre Krob, falou em defesa da Fundação Zoobotânica e denunciou mais uma vez que o desmantelamento ambiental promovido pelo Governo na Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), além dos esforços para acabar com a FZB inclui a precarização da gestão da fauna silvestre, o descaso com as UC e diversas pressões para o licenciamentos ambientais de empreendimentos. Em seguida, Jan Karel Mahler Jr., falou em nome da Associação dos Funcionários da Fundação. Ele ressaltou que apesar de ter sido barrado em agosto do ano passado, o PL300 continua tramitando e ameaça a demissão de todos os funcionários. Ao fim, pediu ainda mais apoio da comunidade científica e relembrou a extrema importância da Fundação no campo do conhecimento.
Representantes de diversas categorias falaram sobre a importância dos seus serviços para o Estado, relatando a situação real das suas empresas e denunciando o sucateamento que vem sendo aplicado pelo governo, que tenta a todo custo fomentar o cenário de que tais entidades seriam deficitárias, para justificar suas privatizações e extinções. Além disso, afirmaram que é preciso que todas as categorias se unam para lutar contra o desmonte que
vem sendo planejado não seja efetuado, pedindo para que todos participem da greve geral nacional que acontecerá no dia 11 desse mês.
O Museu de Ciências da FZB comemorou 61 anos sob risco de fechar as portas com a extinção da Fundação.
Outro ato em defesa da Fundação aconteceu na semana passada por meio de uma intervenção na cerimônia oficial de comemoração do aniversário do Museu de Ciências, onde um grupo, mobilizado pelo Instituto Curicaca, cantou parabéns, ergueu faixas de protesto contra a extinção e gritou palavras de ordem em frente à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o presidente da FZB, a diretora do Museu de Ciências, que estavam presentes no evento. Os funcionários se uniram no parabéns e no grito que se seguiu tomando conta do espaço: “Não à extinção, não à extinção, não à extinção”.
Em 2015 foi possível, por meio da luta conjunta de funcionários da FZB, ONGs, pesquisadores e estudantes, impedir a votação em regime de urgência do PL300. Agora, mais do que nunca, será preciso melhorar a mobilização, estimular a sociedade, os parlamentares, os sindicatos a irem para as ruas outra vez. Em meio a tantas ações de destruição e desmantelamento acontecendo é preciso construir estratégias e ações articuladas pelos interesses comuns para melhorar a capacidade de mobilização e sensibilização da sociedade. Novos atos, como o abraço a FZB que foi feito no ano passado, estão sendo preparados para que a resistência siga em frente. Juntos seremos capazes de barrar, mais uma vez, esse projeto de lei que ameaça uma das fundações mais importantes do Estado!
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