Pesquisa, aproximação e participação social, desenvolvimento tecnológico, são alguns exemplos das diversas atividades que ocorreram na última semana, entre os dias 3 e 7, durante o Salão UFRGS 2011. Quem frequentou o Campus Central da universidade pode conhecer diversos trabalhos e projetos que refletem o grau de aperfeiçoamento profissional e humano de estudantes e pesquisadores de diferentes universidades e escolas. O Instituto Curicaca montou seu diversificado estande, com painéis, banners e jogos na Feira da Popularização da Ciência (Fepop). Enquanto isso, nos outros espaços, como no Salão de iniciação Científica, seus colaboradores foram orientadores, banca, apresentadores e destaque.
Entre os destaques do dia 4, do Salão de Iniciação Científica, está a graduanda em Ciências Biológicas da UFRGS Karine Costa Machado, bolsista Programa de Educação Tutorial (PET) e membro do Instituto Curicaca. Ela foi indicada para reapresentar o trabalho “Dinâmica de uma formação vegetal em extinção: os butiazais do Litoral Norte do RS”. A pesquisa sobre o ecossistema butiazal vem sendo realizada por técnicos da UFRGS em parceria com o Instituto Curicaca desde 2003. Karine é orientanda de Andreas Kindel, docente da UFRGS que também atua no Curicaca, ela trabalha com o tema desde 2010 e participou da elaboração do Plano de Conservação dos Butiazais apresentado aos órgãos ambientais estaduais em julho deste ano.
O trabalho conjunto aperfeiçoou o mapeamento dos remanescentes do ecossistema na região e trouxe dados alarmantes. A comparação, entre os registros de 1974 e os atuais, indica que neste período houve uma redução de 73% da cobertura original de butiazais no Litoral Norte gaúcho. Inverter essa dinâmica de degradação dos butiazais que além da significância ambiental tem relevante importância social, econômica e cultural para população da região é um dos objetivos do Plano de Conservação.
Para Karine trabalhar com os Butiazais representa uma ótima oportunidade para atuar em conservação da natureza. “Além do aprendizado sobre ecologia, fazer parte desta equipe oportuniza o trabalho com pesquisa aplicada, o que é muito recompensador, pois a partir dele é possível enxergar uma possibilidade de mudar a realidade e agir em favor da conservação da biodiversidade”, avalia Karine.
Já o orientador, se orgulha cada vez que um aluno seu se sobressai em momentos como este e afirma que Karine é um caso a parte, pois ele pode observar todo o seu crescimento profissional. “A sensação é muito especial e a Karine percebeu, desde o primeiro contato com o tema, o quanto o pesquisador e a pesquisa podem ter um papel relevante na construção de ações conservacionistas”, conta Kindel. O coorientador de Karine e coordenador técnico do Instituto Curicaca Alexandre Krob completa, “para nós, esses são momentos de muita alegria, de reconhecimento social do esforço pela conservação da biodiversidade, que é institucional, mas só acontece pela dedicação e comprometimento das pessoas; e a Karine está muito motivada”
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