No dia 27 de junho, o conselho consultivo da Reserva Biológica Serra Geral se reuniu na sede da Unidade de Conservação (UC) em Maquiné. A principal discussão foi acerca da falta de um gestor para a UC, situação que já dura mais de seis meses. O antigo gestor, por motivos familiares, pediu para ser transferido para Porto Alegre no final de 2012.
Apesar da Reserva contar com uma nova assistente administrativa e um novo guarda-parque desde abril, os dois servidores não dão conta de prestar o apoio necessário à comunidade, principalmente em relação aos licenciamentos ambientais, questão que recebia apoio técnico quando havia um biólogo responsável. A chefe da Divisão de Unidades de Conservação (DUC) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), Márcia Corrêa, alegou que o setor não tem técnicos disponíveis para o cargo. Segundo ela, houve o encaminhamento da proposta para a realização de concurso público à Secretaria responsável, mas ainda não há garantias de que ele seja realizado.
A situação da Unidade de Conservação, que já tinha sido denunciada como frágil pelo conselho, piora sem um gestor lotado na área. Muitas ações urgentes e imprescindíveis para a boa gestão da área não podem ser realizadas pela equipe existente por não terem qualificação técnica suficiente. Algumas competências e atribuições são exclusivas de um técnico de nível superior. O guarda-parque atual relatou na reunião que subiu quatro vezes até a parte superior da Reserva e por várias vezes ouviu tiros e latidos, indicando sérias ameaças à biodiversidade local.
O Instituto Curicaca já denunciou, no ano passado, a situação de risco da área ao Ministério Público, mas não teve um retorno concreto. Foi definido que o conselho irá agendar uma reunião com o diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP) para falar sobre a necessidade de contratação de um gestor. Também serão encaminhadas novas notificações às entidades que não têm comparecido às reuniões do conselho.
O coordenador técnico do Instituto Curicaca, Alexandre Krob, alerta que outras Unidades de Conservação estaduais encontram-se sem gestores. É natural que alguns anos após o concurso público, os funcionários busquem relocações para as cidades grandes, onde existe maior estrutura. Porém, é necessário que as mudanças sejam condicionadas à disponibilidade de substituição, ou seja, “muda se conseguir alguém pra entrar”.
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