A bióloga e gestora de projetos do Instituto Curicaca, Letícia Bolzan, de 25 anos, viajou para Fortaleza, no Ceará, para participar do encontro. O evento, que aconteceu de forma híbrida, foi realizado no dia 26 de novembro e reuniu representantes das sete Reservas da Biosfera Brasileiras: Mata Atlântica, Cinturão Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e Serra do Espinhaço.
Letícia Bolzan é integrante do Programa Jovens da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) e foi a primeira indicada pelo Comitê Estadual do Rio Grande do Sul para representar o estado no encontro. “Eu me senti com a missão de fazer com que todas as vozes que não poderiam estar lá também pudessem ser ouvidas. Fiquei com ainda mais vontade de levar as vozes jovens aos espaços de tomadas de decisão, pois temos pressa quando se trata de decisões sobre o nosso futuro climático e ambiental”, conta sobre como se sentiu ao saber que havia sido escolhida.
No encontro, foi apresentada ao público a carta-manifesto construída pelos jovens representantes das sete Reservas. O documento aborda alguns princípios norteadores de ações a serem tomadas frente às questões relacionadas ao meio ambiente, ao desenvolvimento sustentável, aos direitos humanos, aos desafios socioambientais e aos aspectos culturais. Para a bióloga, esse primeiro encontro foi um “ato de resistência”, pois apesar do atual cenário de desestruturação das políticas ambientais e da redução de verbas destinadas a órgãos de fiscalização ambiental, a Rede Brasileira de Reservas da Biosfera se reuniu com “mais força e com maior presença jovem”, afirma.
De acordo com Letícia, seu próximo passo, e de seu colega que também foi indicado como representante gaúcho, o biólogo marinho Leonardo Pinheiro, de 26 anos, será identificar jovens lideranças que atuem pela RBMA no estado e convidá-los para fortalecer a Rede. "O nosso desafio agora é conversar com os jovens do Rio Grande do Sul que estão no trabalho de ponta da conservação - no interior, nas comunidades, nas áreas protegidas - para difundir informações sobre a pauta”, explica a bióloga.
Desde 2017 até então, Letícia faz parte da equipe do Instituto Curicaca, onde começou como bolsista de um projeto de extensão realizado em parceria com a UFRGS, universidade em que se graduou. Ela destaca a importância da organização em sua trajetória profissional: "Quando entrei no Curicaca, eu mudei completamente o meu pensamento. O Curicaca trabalha com pessoas, com ambientes protegidos, com conservação e com política - porque não se faz nada sem política - e na época da minha graduação em Ciências Biológicas, tudo isso parecia distante e acabei me descobrindo nesse perfil”. Segundo a bióloga, o Instituto Curicaca lhe ajudou a sair de uma “bolha de pesquisa acadêmica”.
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