O IX Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação – CBUC – foi um ambiente de inovação, coerente com uma das diretrizes que tem norteado a Fundação Grupo Boticário nas suas linhas de apoio a projetos, parcerias e ampla atuação. Foi também um ambiente diverso, com conservacionistas, empreendedores, gestores de Unidades de Conservação, membros do Ministério Públicos, artistas, ONGs e órgãos públicos de meio ambiente. Os temas foram provocadores quanto às estratégias de conservação destacando os processos e ferramentas inovadoras, o negócio associado à conservação e os desafios para alcançar escala, a ciência colaborativa e o engajamento social, bem estar e saúde proporcionados pela natureza e também as oportunidades d abordar a temática ambiental na comunicação de massa.
O Instituto Curicaca esteve presente de várias formas. Para o público, apresentou o trabalho técnico “Como acelerar a regularização fundiária de UCs: o exemplo do Plano Estratégico elaborado pelo Conselho Consultivo do Parque Estadual de Itapeva, RS” (saiba detalhes), mostrando uma forma extremamente efetiva de identificar e superar os gargalos causadores da demora na aquisição de terras privadas dentro de parques e reservas. O trabalho mostra que outras dificuldades para o Estado assumir o domínio do território precisam ser atacadas e não é a falta de recursos financeiros a grande culpada. Planejar e focar esforços no lugar certo pode mudar realidades. A iniciativa foi considerada pelos organizadores do evento um caso de sucesso que precisa ser difundido para o conjunto de órgãos gestores de meio ambiente e seus técnicos, assim como deve ser replicado de forma adaptada ao contexto de cada Estado.
Outro bom aproveitamento veio de um grande número de articulações, parcerias e estratégias para o futuro estabelecidas pelo Instituto Curicaca com o Ministério do Meio Ambiente – MMA -, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio -, o Ministério Público, a Fundação Grupo Boticário, empresas de tecnologia e outras ONGs. As conversas e os acordos de intenção prometem grandes novidades para 2019 e novos resultados em conservação da biodiversidade, efetividade de áreas protegidas, aperfeiçoamento de ferramentas de apoio à tomada de decisão, geração de conhecimentos e trocas de experiências.
Uma figura de destaque no evento foi o compositor e cantor Lenine. Não pela sua popularidade e carisma como grande músico, mas pela sensibilidade de pensamento a respeito da relação entre a sociedade e a natureza e pela forma como suas músicas tratam do tema. Ao referir-se ao seu trabalho, Lenine destacou a felicidade que o papel transformador de sua música lhe traz, coisa que sempre buscou. O músico referiu-se aos depoimentos que recebe de fãs que, sensibilizados pelas mensagens das letras, deram uma guinada de vida . Muito crítico quanto ao momento da política atual e à rapinagem que uma elite poderosa vem fazendo na sociedade brasileira e na nossa biodiversidade, Lenine foi positivo quanto à humanidade encontrar soluções para mudar o triste destino que o aquecimento global nos aponta nesse momento.
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