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Mesa redonda debate os espaços de atuação do jornalista ambiental

Foto do escritor: institutocuricacainstitutocuricaca

A reflexão crítica sobre os espaços de atuação do jornalista ambiental permeou a mesa redonda “Espaços de jornalismo ambiental e o interesse público”, que aconteceu na última terça-feira (1°), na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS. Promovido pelo Instituto Curicaca, em parceria com o Diretório Acadêmico da Comunicação, o evento contou com a participação da jornalista e pesquisadora em jornalismo ambiental, Ilza Girardi, a jornalista da Ecoagência de Notícias, Eliege Fante, e as representantes da equipe de comunicação do Instituto Curicaca, Sarah Motter e Júlia Pellizzari.


Com cerca de 30 participantes, entre eles jornalistas, estudantes e professores, a conversa girou em torno de como e onde o jornalista ambiental atua. Abordando a questão do espaço de formação desses profissionais, Ilza Girardi destacou a importância de entender a diferença entre o jornalismo ambiental e o jornalismo sobre meio ambiente. O primeiro deles interpreta as questões abordadas a partir da perspectiva ambiental, já o segundo trata as situações relativas ao meio ambiente com outros pontos de vista, como o econômico ou o político.

Eliege Fante falou sobre os desafios que se apresentam na atuação dentro de um veículo alternativo que tem enfoque na questão ambiental. Falta de recursos e de disponibilidade – já que os profissionais também exercem outras atividades – são as principais delas.


Mencionou também a situação na qual o site da Ecoagência foi tirado do ar no período em que cobriam fortemente a ampliação de uma fábrica que vai causar danos ambientais.

A equipe de comunicação do Curicaca abordou questões relativas à atuação do jornalista dentro de uma instituição ambiental que tem interesse público e que, por isso, converge para os objetivos do jornalismo. A transparência do ponto de vista, o fácil acesso a algumas informações pela inserção da instituição em assuntos técnicos e políticos e a dinâmica e os desafios da produção do jornal O Corredor Ecológico foram alguns dos temas tratados.

O debate que seguiu trouxe diversas reflexões e necessidades de aprofundamento. Como encontrar sustentabilidade para as mídias alternativas? Como transformar os diálogos em rede e entre setores em ações concretas de mudança da realidade? Como as mídias alternativas interagem com as lutas de aperfeiçoamento do marco legal do terceiro setor? Como o público leigo pode discernir sobre a qualidade da informação ambiental, mesmo dentre as mídias alternativas, já que também circulam informações erradas?


Foi consenso entre os participantes que a maioria das grandes mídias trata as questões ambientais com muita superficialidade ou mesmo se omite. Isso pode ser decorrente do comprometimento com uma visão econômica hegemônica, mas o fato é que coloca em dúvida a presença do interesse público nas grandes corporações jornalísticas. O coordenador técnico do Instituto Curicaca, Alexandre Krob, que mediou o debate, provocou os participantes sugerindo que seja iniciada uma luta pela criação de um Fundo Estadual de Apoio às Mídias Alternativas, fomentado com parte dos lucros das empresas de comunicação que recebem concessão do governo.

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