Há quase três anos o Conselho da Reserva Biológica da Serra Geral discute o problema dos búfalos criados irregularmente nas terras altas da Unidade Conservação. Os animais, que são exóticos e se encontram em condições asselvajadas, constituem cerca de 30 cabeças que causam inúmeros impactos à biodiversidade como no pisoteio da vegetação, pastoreio das plantas que nascem no interior da mata e contaminação das nascentes com suas fezes.
Entre as instituições conselheiras foi formado um Grupo de Trabalho com fins de propor uma forma de resolver a situação. Por serem animais muito grandes e violentos, haveria dificuldade de arrebanhar e retirar os bichos de forma conduzida, como se faria com o gado comum que existe por toda a região. O plano previu, então, quase que um aparato de guerra. Atiradores de elite com experiência para caçá-los e um helicóptero transportar as carcaças, que pesam quase uma tonelada, pelas íngremes e estreitas trilhas que dão acesso ao local. A questão principal seria como pagar todos esses custos.
Então veio o mistério. Na semana passada, durante a reunião do Conselho da Unidade de Conservação, a notícia foi que os búfalos haviam desaparecido. Aparentemente, ninguém sabe exatamente o que aconteceu. De uma hora para outra, os búfalos sumiram. Não se ouviu o som de helicóptero, não se sabe de tiros, ninguém passou por ali ou por lá carregando quase trinta toneladas de carne. Nenhuma expedição subiu e desceu. Mas os búfalos sumiram. Tudo isso dentro da Reserva Biológica Estadual da Serra Geral. Com certeza, essa história comprova a imensa fragilidade pela qual passa esta Unidade. Alguma explicação deve existir pra isso e alguém precisa dá-la.
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