Os desafios da conservação marinha e costeira na região sul do Brasil são diversos e demandam abordagens colaborativas e complexas. Muitos deles possuem grande identidade com aqueles vivenciados no Uruguai e Argentina, países com os quais as parcerias são muito importantes. É preciso tratar da conservação de espécies ameaçadas e migratórias (mamíferos, aves, tartarugas), sobrepesca e gestão sustentável de recursos pesqueiros, conflitos com empreendimentos de infraestrutura, mitigação dos impactos das mudanças climáticas, poluição com plásticos, conservação de parcéis e bancos de corais, gestão de efluentes domiciliares das cidades costeiras, melhoria da qualidade de vida de comunidades pesqueiras, para citar alguns. E diversas instituições já fazem isso, algumas há décadas, mas muitas vezes de forma mais isolada ou em pequenas parcerias.
Entramos na Década dos Oceanos (2021-2030), instituía pela Unesco, e que pretende, entre outras coisas, apoiar novas parcerias colaborativas que podem fornecer uma gestão mais eficaz do nosso espaço e recursos oceânicos baseada na ciência. Esse é justamente o perfil das instituições convidadas pelo Instituto Curicaca para uma primeira reunião de integração sobre interesses comuns, ou seja, geram e sistematizam conhecimentos para influenciar políticas públicas e decisões de gestão nas áreas marinha e costeira.
A ideia teve ótima aceitação. Um primeiro desafio comum foi colocado na mesa de maneira estratégica, contextualizado, preliminarmente discutido e encaminhamentos de próximos passos foram definidos buscando a maior eficácia na atuação conjunta. Pode estar surgindo aqui uma nova coalizão. Como resultado preliminar houve o compromisso com uma agenda de novos encontros e de um trabalho preparatório sobre o tema escolhido para o encontro. Até a próxima reunião dentro de dois meses, algumas atividades essenciais deverão ser realizadas para irmos avançando nesse tema.
Estiveram presentes o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (NEMA), Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS), Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (CECLIMAR), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Campus Litoral da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e técnicos do Projeto Botos da Barra e do Projeto Conservação das Toninhas. A proposta é ir agregando instituições de Santa Catarina, Paraná, Uruguai e Argentina a medida que os temas de pauta tome dimensões transfronteiriças.
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