O resgate de fauna é um procedimento obrigatório para qualquer empreendimento hidrelétrico. Ele consiste na retirada dos animais das áreas que serão alagadas durante a construção das usinas. Desde 2010, um Projeto de Ensino Tutorial (PET) da UFRGS faz um apanhado de como funcionam os programas de resgate de fauna nas hidrelétricas em construção no estado. O estudo ajuda a mapear as condições do resgate.
Um dos grandes problemas é a questão da área de soltura dos animais recolhidos. Muitas vezes as espécies realocadas não conseguem se adaptar e desaparecem, em outros casos, alteram toda a cadeia alimentar e causam o desaparecimento das espécies residentes da área receptora. Outro ponto relacionado é a necessidade de um aperfeiçoamento dos termos de referência para o resgate de fauna em processos de licenciamento. A intenção é sugerir uma metodologia mais elaborada para o diagnóstico de quais espécies devem participar do procedimento e para o monitoramento do que ocorre posteriormente com os indivíduos translocados.
Finalizar uma proposta de redação do novo termo de referência foi a principal pauta de reunião ocorrida na UFRGS em 12 de dezembro último. Foram feitos ajustes na extensão do monitoramento requerido para cada categoria de hidrelétrica (pequena, média e grande) e revisados os custos do resgate feito dentro do novo termo. Como explica Andreas Kindel, coordenador do PET: “Discutiu-se muito sobre a viabilidade financeira do que esta sendo proposto, as bolsistas [do PET] apresentaram uma simulação de custos de monitoramento considerando apenas uma espécie e os diferentes equipamentos de telemetria disponíveis”. Todos os presentes manifestaram que, considerando as realidades descritas, a proposta era viável.
Agora, o próximo passo é apresentar a nova proposta de termo de referência aos consultores das principais empresas que realizam o resgate de fauna em empreendimentos hidrelétricos licenciados no Rio Grande do Sul e definir os próximos passos para a sua internalização aos novos licenciamentos.Uma nova reunião das instituições que conduzem esse trabalho - UFRGS, FEPAM, IBAMA e Instituto Curicaca - está pré-agendada para março. A perspectiva é que a versão final do termo de referência seja alcançada ainda em abril.
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