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Oficinas do PUP do Parque de Itapeva - Benefícios sociais à frente dos econômicos



Na segunda-feira (20), outro processo se iniciou para a elaboração do Plano de Uso Público do Parque Estadual de Itapeva em Torres, Rio Grande do Sul. Após a fase de diagnóstico que considerou entrevistas e questionários sobre o Plano de Uso Público do Parque, o Instituto Curicaca realizou duas oficinas para a análise dos resultados, bem como para instigar diferentes setores da sociedade a elaborar conjuntamente sugestões de integração social, estratégias de marketing para o empresariado local e ações fundamentais, que despertem não somente a consciência ambiental, mas o sentimento de pertencimento, proteção, fruição e familiaridade com o parque.


A primeira tarde de oficina envolveu entidades governamentais, como as Secretarias Municipais do Meio Ambiente, de Planejamento, da Cultura e Esporte, representantes do ICMBio, servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, membros do conselho do Parque de Itapeva, o gestor, Paulo Grubler, entre outros. Durante a oficina, ministrada pelo coordenador técnico do Instituto Curicaca, Alexandre Krob, na Colônia dos Pescadores e Aquicultores de Torres, o grande grupo se dividiu em dois núcleos, direcionando seus questionamentos para setores distintos da sociedade. Enquanto um grupo analisava possíveis ações para contribuir com o desenvolvimento social e econômico da comunidade no entorno do parque, através do uso público do PEVA, outro eixo esquematizava possíveis estratégias e mecanismos para estimular o empresariado local a investir no parque. Foram levantadas questões de infraestrutura do parque, a possibilidade de autonomia da administração e captação de recursos, a sugestão de iniciativas privadas que tenham clareza e garantia na viabilidade ambiental e econômica de suas concessões. 


A segunda manhã de oficina, dia 21, possibilitou que agentes dos setores privados debatessem sobre o futuro, os objetivos e as pretensões do Plano de Uso Público do Parque de Itapeva. Além de representantes de associações e ONGs, o encontro recebeu Agências de Turismo, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Federação Gaúcha de Balonismo, integrantes do Conselho do PEVA e do terceiro setor do município de Torres. A oficina de cunho não-governamental testemunhou discussões calorosas sobre a representatividade indígena, falou-se acerca do impacto social do parque de Itapeva sobre a comunidade do entorno e vice-versa, bem como a necessidade de integração social da comunidade local com o PEVA. 


As oficinas do PUP do Itapeva constituem parte de um processo metodológico, inciado por questionários e entrevistas, que busca com a participação dos interessados o aperfeiçoamento do Plano de Manejo do PEVA na parte de visitação pública. O trabalho ocorre por meio de um termo de ajustamento de conduta, aplicado pelo Ministério Público ao condomínio OceanSide, quando o Instituto Curicaca foi contratado para elaborar o Plano de Uso Público do Parque. Assim, de forma qualificada, técnica e colaborativa, a ONG desenvolve um documento com as orientações necessárias, regras e detalhes da visitação, de atividades e serviços associados que serão realizados no Parque.


Como resposta aos desafios encontrados, o grupo de oficineiros sugeriu a necessidade de cursos de formação e instrução para a comunidade local, de modo a criar vínculos de pertencimento e participação sobre o uso do Parque de Itapeva. Outro ponto importante, exposto no processo colaborativo dos dois dias de oficina, foi a demanda de uma identidade do parque, para que a Unidade de Conservação, na categoria de proteção integral, seja reconhecida como um local prioritário para o ecoturismo. Cultivado os seus interesses e benefícios sociais e econômicos, o Plano de Uso Público do Parque de Itapeva pretende, de uma maneira prática e eficaz, apaziguar a relação homem-natureza, promovendo seu foco na integração da comunidade torrense com o meio onde vive. “Queremos incluir no projeto sugestões da sociedade dentro do que é possível para uma Unidade de Conservação, de modo a alcançarmos uma proposta ambientalmente viável, socialmente justa e economicamente sustentável”, soma Alexandre Krob.



 
 
 

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