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Foto do escritorinstitutocuricaca

Parque do Espinilho conquista corredores ecológicos

No final de março foi entregue à Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Sema – o desenho e planejamento dos corredores ecológicos para o Parque Estadual do Espinilho, localizado em Barra do Quaraí (RS). O trabalho, realizado pelo Instituto Curicaca no âmbito do projeto RS Biodiversidade, buscou conectar os remanescentes da Formação Parque Espinilho (matas com espinilho, algarrobo e inhanduvá) existentes dentro e fora da Unidade de Conservação e definir estratégias de gestão do território que ajudem no fluxo de espécies e na restauração do ecossistema.     

De forma inovadora, dessa vez o foco foi olhar para os corredores ecológicos a partir da interação necessária com o Cadastro Ambiental Rural. Valorizando a diretriz de que a definição de Reservas Legais deve contribuir para o funcionamento de corredores, foi realizado um diagnóstico da situação de cada uma das propriedades em volta do Parque. Com base nas mesmas imagens de satélite que são utilizadas pelo CAR, a análise do território mapeou o uso, a cobertura do solo e as áreas de preservação permanente, definiu os melhores caminhos e sugeriu que ações nas propriedades, como a criação de Reserva Legal, passem a priorizar estes caminhos.



O planejamento também levou em conta a condição da Unidade de Conservação. Há uma grande potencialidade de o Parque implantar o turismo de observação de aves, já que esta é uma grande riqueza associada ao mosaico de matas e campos nativos. Entretanto, há uma caminhada grande a ser percorrida. Por enquanto, a efetividade da área protegida pode ser considerada baixa, com limitações de recursos humanos, pouca infraestrutura, escassas ações de controle e fiscalização, também sofre com a caça e pesca irregulares, o que  provoca grande descontentamento da população local. Os pecuaristas do entorno estão muito indignados que o abigeato, prática comum e pouco combatida na região, aproveita-se das áreas do Parque para matar e carnear bois e ovelhas, que depois são livremente vendidas na cidade. Uma série de recomendações para o bom funcionamento da UC foi incluída no plano. Sem conselho não dá! Não há como pensar de outro modo. Previsto em lei, uma Unidade de Conservação precisa de um conselho para funcionar. A Sema tem buscado criar e fortalecer os conselhos dos parques e reservas. Hoje, quase a metade das UCs estaduais tem o conselho. Boa parte dessas comissões gestoras funcionam bem,  ainda que a outra deixe a desejar e mereça mais atenção e aperfeiçoamento. O Parque Estadual do Espinilho pretende criar o seu próprio conselho gestor. O processo foi iniciado pela dirigente do Parque no ano passado, mas caiu em morosidade, o que decepciona as instituições locais. Em reunião com interessados, realizada em Barra do Quaraí, o coordenador técnico do Curicaca explicou como tem sido essa experiência da ONG no apoio à criação de conselhos e no seu funcionamento. Alexandre Krob destacou que muitas melhorias na gestão surgem da cooperação do conselho com os técnicos das Unidades de Conservação e que o espaço também é ótimo para a negociação de conflitos. Espera-se que ainda esse ano o conselho esteja criado.

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