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Pesquisadores propõem inovação para PAN a ser implementado nas Lagoas Costeiras do Sul

Na última terça-feira (26), em Porto Alegre, o Instituto Curicaca reuniu-se ao ICMBio e a outras instituições de conservação da biodiversidade e atuação socioambiental para discutir a implementação do Plano de Ação Nacional (PAN) Lagoas Costeiras do Sul, que irá atuar na costa do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O PAN que está sendo criado deve se diferenciar dos demais pela proposta de atuar pela conservação da biodiversidade de forma mais abrangente, sem que as ações fiquem atreladas somente a determinadas espécies de animais. 

Uma das providências que serão tomadas pelo novo PAN é a construção de “arenas de negociação” entre grupos que atuam na mesma área. Para Alexandre Krob, coordenador técnico do Instituto Curicaca, é essencial que os fóruns de governança que hoje não dialogam, mesmo incidindo sobre um mesmo território, passem a se articular para discutir seus interesses e tomar decisões em conjunto. O mesmo vale para os PANs que atinjam uma mesma região.

No encontro de terça-feira, que foi coordenado pelo analista ambiental Walter Steenbock, do ICMBio, foi consenso entre os participantes a necessidade de que a visão de gestão priorize o território, para além da fauna. Alexandre Krob destacou o reflexo do aquecimento global na região, que segundo ele, pelas características geográficas é onde mais rapidamente serão percebidos os impactos das mudanças climáticas - situação que deve ser levada em conta no planejamento das ações do PAN. “Se fala de aquecimento global em uma escala muito grande, mas não se faz muitas estratégias locais. Esse seria um bom espaço para estudos de modelagem dos impactos e adequação regional nas estratégias de conservação da biodiversidade e de minimização de prejuízos econômicos e sociais”. Práticas de inserção nas políticas também devem ser realizadas pelos ambientalistas.

A reunião, que teve a presença de representantes de instituições como a ONG Anama, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), a Fundação Zoobotânica (FZB) e o Comitê Tramandaí, foi apenas uma das três Oficinas de Pesquisadores do PAN que aconteceram essa semana. As demais foram em Rio Grande e em Imbituba (SC). Nesta etapa, os pesquisadores definiram as principais ameaças na região das lagoas costeiras, identificaram lacunas de conhecimento e pensaram em ações estratégicas a serem realizadas. O próximo passo é integrar as três áreas em um encontro, a ser realizado dos dias 6 a 9 de novembro em Tapes.


Fique por dentro!


O que são os PANS? Os Planos de Ação Nacional pela Conservação da Biodiversidade (PAN) são políticas públicas que orientam ações de conservação de espécies e ambientes naturais. O Instituto Chico Mendes (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente, é que coordena o projeto e agrega segmentos do governo, ONGs, especialistas em conservação de espécies, representantes das comunidades locais, entre outros, para potencializar seus esforços em prol da natureza. Atualmente, existem mais de 40 PANs em atividade por todo o Brasil. 

O Instituto Curicaca faz parte do grupo de assessoramento técnico do PAN Herpetofauna do Sul (que já está no segundo ciclo) e do PAN Passeriformes dos Campos Sulinos. Também atua como colaborador no PAN Aves Limícolas Migratórias e no PAN Cervídeos.

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