A reunião do Conselho da Reserva Biológica da Serra Geral, que aconteceu no dia 25 de outubro, teve como principais assuntos a denúncia das condições precárias da Unidade de Conservação (UC) feita pelo Instituto Curicaca ao Ministério Público e o sumiço dos búfalos que eram criados dentro da UC. O encontro contou também com a importante presença da nova diretora da Divisão de Unidades de Conservação, Márcia Eliana, que assumiu a função recentemente e manifestou grande interesse em reverter a situação atual do local.
Em ofício enviado à Promotoria de Justiça de Meio Ambiente do Estado, o Instituto Curicaca mostra a fragilidade de diversas questões relacionadas à UC. Algumas delas são a falta de recursos humanos – guarda–parque e auxiliar de serviços –, os graves conflitos relacionados à regularização fundiária do local, a praticamente inexistente fiscalização do território, a potencial existência de caça de mamíferos e captura de aves silvestres, já denunciadas para o entorno imediato, e a invasão de espécies exóticas, como os próprios búfalos e a uva-do-japão. O ofício foi encaminhado à Promotoria, que repassou o caso para a Comarca de Osório. Ainda não foi recebido retorno sobre o assunto.
Podem-se exemplificar essas tais fragilidades pela situação ocorrida neste mês. Há cerca de três anos o Conselho discutia qual seria a solução para a retirada dos cerca de trinta búfalos existentes na parte alta da Reserva. A espécie, que por ser exótica causa diversos danos à biodiversidade, pesa cerca de uma tonelada e é muito violenta, o que dificulta a solução do problema. Mas a questão foi misteriosamente “solucionada”. Sem que alguém tenha visto qualquer movimentação, os animais sumiram do local. Ninguém sabe se foram retirados vivos ou mortos, mas é importante percebermos a falta de controle sobre o território da Unidade de Conservação. É urgente, portanto, que a denúncia feita pelo Curicaca, a pedido do próprio Conselho da UC, tenha algum desdobramento. Leia mais sobre o sumiço dos búfalos aqui.
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