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Foto do escritorinstitutocuricaca

Uma espécie micro endêmica globalmente ameaçada que oferece macrodesafios

Numa curva da estrada surge à nossa frente um imponente paredão branco de pedra, o Perau do Janeiro, guardião do sapinho-admirável. Alerta-nos que ali é um lugar especial, com uma história única de endemismo, de comunhão entre águas e florestas, de importantes conquistas e enormes desafios.


O sapinho-admirável ocorre em apenas mil metros nas margens do Rio Forqueta, entre os municípios de Arvorezinha e Soledade. Está globalmente ameaçado e é a estrela da parceria entre Instituto Curicaca e @synchearth para a conservação da biodiversidade e a promoção do ecodesenvolvimento com comunidades locais.



A espécie quase desapareceu com uma hidrelétrica que alteraria o ambiente. O Melanophryniscus admirabilis, cujo nome diz tudo, depende de pequenas poças de água formadas no lajedo do rio para ali depositar seus ovos e crescerem os girinos. Num exemplo de sucesso que correu o mundo, a ação conjunta entre Curicaca, UFRGS e ICMBio conseguiu reverter a licença do empreendimento.


Aquele susto passou, mas sem deixar tranquilidades. Persistem ameaças com as quais as duas ONGs buscam trabalhar. O desmatamento é a pior delas. Hoje temos na área um território prioritário para intensas ações de monitoramento e denúncias desse crime ambiental e acompanhamento social da gestão pública da recuperação da floresta. Nossos indicadores já mostram bons resultados.


Tentando reduzir o avanço da soja e do fumo, causadores de perda de habitat e contaminação com agrotóxicos, estamos formando parcerias com famílias locais pela produção de erva-mate ecológica e orgânica. Os desafios no campo socioeconômico são enormes em uma comunidade onde os jovens foram para a cidade, a mão de obra é escassa e o uso de agroquímicos está consolidado culturalmente pela praticidade, conforto e viabilidade econômica.


Buscar soluções aos problemas de conservação da natureza é o nosso dia a dia. Nesse caso, os estudosm mostram que o mais eficaz é ter ali uma Unidade de Conservação. A responsabilidade é complementar, mas é no ICMBio, que até colocou o admirável como capa do Livro Vermelho, em quem depositamos maior esperança.

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