Conservação de aves e lobos marinhos em frente ao Parque Estadual de Itapeva e na área de influência do REVIS Ilha dos Lobos
Aves e lobos-marinhos que utilizam as praias do Litoral Norte do Rio Grande do Sul não estão convivendo bem com carros, motos e cachorros que disputam o espaço. As conclusões vieram do monitoramento mensal de 35 km de praias entre os municípios de Arroio do Sal (RS) e Passo de Torres (SC), divididos em dez trechos. A situação foi analisada durante 18 meses (2014 a 2016), incluindo duas temporadas de veraneio.
Com apoio da Fundação O Boticário e parceria com o Centro de Ecologia da UFRGS, o projeto tratou da conservação de espécies na região do Parque Estadual de Itapeva (PEVA) e do REVIS da Ilha dos Lobos. A iniciativa buscou caracterizar a importância da praia junto ao Parque e nas proximidades do Refúgio, monitorando como indicadores algumas aves costeiras e pinípedes apontados nos Planos de Ação Nacionais.
Grandes Cetáceos e Pinípedes (2010) e Aves Limícolas Migratórias (2012) e na última Lista de Espécies ameaçadas do RS (2014). Obteve também informações sobre seus habitat de preferência e sobre a intensidade e a abrangência das ameaças que estão sujeitos, devido à grande presença de turismo nessas áreas, principalmente no verão.
O destaque mais importante a respeito dos estudos e seus resultados é que eles ajudam para que as discussões sobre o uso da praia deixem de ser feitas na base do "achismo". Mostram claramente os impactos das atividades humanas sobre as espécies da fauna silvestre que utilizam esse ambiente para repouso, alimentação e reprodução. A partir desse entendimento, não há como eximir as pessoas e os gestores públicos da responsabilidade pelos impactos que vêm ocorrendo e pela busca de soluções.
O cruzamento do esforço científico com a realidade dada pela legislação ambiental e os diferentes interesses para com o território permitem recomendações adaptativas. Com isso, o Ministério Público Federal usará resultados dos estudos para sustentar a necessidade de controle de veículos nas praias do Litoral Norte e o Instituto Curicaca está à disposição para ajudar no planejamento da redução gradativa de veículos na praia, da sinalização para o cuidado. Ficou claro que a proposta não é de uma proibição imediata, mas de metas de exclusão anual de partes da praia para veículos motorizados e controle da circulação de cães. Tanto para o Ministério, como para o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Torres, a ONG colocou-se a disposição para fazer sugestões técnicas ou mesmo avaliar o que for proposto.
Situação: concluído
Equipe técnica: Instituto Curicaca - Alexandre Krob, Joyce Baptista; UFRGS - Andreas Kindel
Financiador: Fundação Grupo Boticário
Parceiros: Parque Estadual de Itapeva, Centro de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul