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Instituto Curicaca atua em mais um Plano de Ação Nacional para conservação de espécies ameaçadas

Há anos o Instituto Curicaca participa do desenvolvimento de Planos de Ação Nacional (PAN) para a conservação de espécies ameaçadas. Desta vez, a ONG foi convidada a contribuir com o processo de criação de um plano em prol dos insetos polinizadores. A última reunião ocorre na próxima terça-feira (16/3) e encerra o ciclo que abrange os estados do sul do país e uma parte do Mato Grosso do Sul. O grupo, que, além de representantes do Curicaca, conta com a participação de especialistas de universidades e membros de órgãos públicos e outras ONGs, busca soluções efetivas para conter as ações que ameaçam estas mais de 50 espécies, incluindo abelhas, borboletas e mariposas.


A iniciativa é de suma importância no ponto de vista ecológico, visto que os polinizadores cumprem um papel fundamental no ecossistema ao garantirem a reprodução e a perpetuação de milhares de outras espécies vegetais. Para se ter uma ideia da dimensão do valor destes seres, 70% das culturas agrícolas depende de insetos polinizadores. Além disso, no Brasil, as plantações de maracujá, melancia, acerola e melão dependem 100% da polinização. Ou seja, sem eles, não haveria certos alimentos na mesa da população humana.


Mesmo com esta relevância, os insetos polinizadores vêm tendo um declínio populacional expressivo devido às certas ameaças, como as mudanças climáticas, o desmatamento e o uso indiscriminado de agrotóxicos tipo pesticidas e herbicidas. Este último, por exemplo, é um grande desafio na luta para proteger estas espécies, já que nos últimos anos o Governo Federal, através da Anvisa, vem liberando massivamente alguns tipos desses produtos que, inclusive, são proibidos em outros países. No caso das abelhas, especificamente, o grande problema é que, ao entrarem em contato com certas toxinas, elas perdem o senso de direção, não conseguindo voltar à colmeia. Ainda, por conta de intoxicações, em janeiro de 2019, uma investigação em Santa Catarina revelou que cerca de 50 milhões de abelhas do gênero apis morreram envenenadas por agrotóxicos. Vale lembrar que este uso descontrolado têm impactos catastróficos não somente no meio ambiente, mas também na saúde humana e na sociedade como um todo.


Dessa forma, o Instituto Curicaca espera que, durante o desenvolvimento do Plano de Ação Nacional para a conservação dos insetos polinizadores, possa haver uma construção de estratégias focadas em contribuir na retroação dessas ameaças já citadas. E que, a partir disso, busque-se promover articulações e fortalecer iniciativas que já estão sendo conduzidas na nossa sociedade para preservar estas espécies. Além disso, é fundamental que haja a busca por melhorias em políticas públicas para que todos possam ter conhecimento sobre este problema enfrentado o declínio populacional dos polinizadores.


Consideramos de extrema importância, por exemplo, que o Brasil proíba o uso de agrotóxicos proibidos nos países de origem, com especial atenção aqueles princípios ativos reconhecidos como danosos aos insetos polinizadores, que em Unidades de Conservação e seu entorno seja proibida a pulverização aérea de agrotóxicos, que corredores ecológicos sejam planejados e implantados na recuperação de habitat pensando também nesse grupo de insetos ameaçados e que a meliponicultora seja apoiada como prática sustentável, mas tenha melhor regulamentação e controle para evitar impactos associados. Essas são ações que nos propomos a contribuir no âmbito desse Plano de Ação.

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