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Ação Cultural de Criação Saberes e Fazeres

O Instituto Curicaca desenvolve uma metodologia própria de Educação Ambiental que permite interações transformadoras com a ciência, a arte e a ludicidade. Através de um processo permanente, interativo, aberto para a criação, buscamos o envolvimento amplo das pessoas como sujeitos de sua cultura e atores sociais, trata-se da Ação Cultural de Criação. Nossa metodologia referencia-se na pedagogia freiriana, na visão sistêmica, na Nova Museologia e apoia-se no respeito a todas as formas de vida, à diversidade cultural e a interconexão entre natureza e cultura, estimulando o diálogo, a sensibilização, a criatividade e a participação crítica e coletiva. Ela ocorre de forma transversal, vinculada aos projetos de desenvolvimento sustentável ou de conservação de espécies e de habitat levados pela ONG.


Esse trabalho iniciou-se em 1997 junto ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável nos Campos de Cima da Serra, Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral envolvendo as comunidades do entorno. No final de dois anos de atividades com diversas turmas de crianças da região, construímos em 1998, a ação cultural de criação Nossos Retratos; fotografias de álbuns-de-família que reuniu uma exposição interativa das fotografias dos álbuns das famílias de Cambará do Sul, a revitalização de uma casa para abrigar o Centro Cultural, oficinas de fotografia, performance e mediações.


Inspirada no método de museus pedagógicos interativos, esta ação surgiu como uma perspectiva de abordagem educativa e cultural que poderia ser replicada em outros temas de interesse das ações da ONG, das escolas ou de outros grupos. Entre 2000 e 2002, a ação cultural Nossos Retratos foi tema de uma pesquisa de Mestrado, na qual foram detalhadas suas estratégias e o significado da espiral Afeto, Identificação e Apropriação. (fazer a referência a dissertação).   O primeiro corresponde à capacidade de envolvimento da comunidade, valorizando os sujeitos e seus processos acima dos produtos, o segundo corresponde à capacidade de dar visibilidade às formas de viver, pensar e sentir da comunidade, confrontando diferentes concepções e o último à capacidade da comunidade tomar para si o processo, proporcionando as condições e os meios de criação, participação e continuidade das ações.


A partir daí nasceu a proposta da ação cultural de criação Saberes e Fazeres da Mata Atlântica lançada em 2005, no entorno do Parque Estadual de Itapeva. Tínhamos sido co-responsáveis pela criação do Parque Estadual de Itapeva, e desde 2001, estávamos atuando na região de Itapeva pela conservação da biodiversidade e valorização da riqueza cultural. Com o projeto Microcorredores Ecológicos, pelo MMA, avançamos nas ações, trabalhando com 18 escolas, 40 professores e 500 crianças. A Ação Cultural Saberes e Fazeres da Mata Atlântica foi melhor instrumentalizada em seus aspectos museológicos, como um museu a céu aberto, com um instrumental mais dinâmico, adaptável ao trabalho nas comunidades e nos seus aspectos conceituais, fortalecendo o relação com o patrimônio cultural imaterial e as populações envolvidas. Realizamos diagnóstico cultural na comunidade, cursos de qualificação de professores e mediadores ambientais. Essa ação compreendeu encontros nas UCs com crianças e professores, vivências na natureza, trilhas interpretativas, atividades lúdicas e de sensibilização, produção de material pedagógico próprio e os encontros de Troca de Saberes entre comunidade local e comunidade científica, estudantes, técnicos e pesquisadores.


Entre 2010 e 2012 aplicamos a metodologia no projeto Conservação da biodiversidade no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, e foi assim que a atuação passou a incluir o Pampa perdendo sentido seu vínculo a um único bioma. Entre 2013 e 2016 fizemos a formação de educadores ambientais para cerca de 400 professores da rede estadual do Rio Grande do Sul em cerca de 30 municípios com o apoio do RS Biodiversidade. Nesse trabalho intesificamos a abordagem sistêmica incorporando a arteterapia no aprofundamento das relações interpessoais, no fortalecimento do autoconhecimento e conscientização.

Buscando nos adaptar as condições da pandemia do Covid 19, entre 2020 e 2021 realizamos a primeira formação em EAD, um curso de formação complementar de “Atualização em Práticas Pedagógicas no Enfrentamento da Poluição dos Oceanos por Plástico”, planejado em parceria com a European Outdoor Conservation Association (EOCA) e produzimos material didático específico para abordar essa temática com crianças e jovens das séries finais do ensino fundamental e do ensino médio.  Realizamos também uma formação de professores para educação patrimonial, destacando o Modo de Fazer Artesanato com a Palha de Butiá na região de Torres, com apoio do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20. 


Recentemente, com o apoio da Synchronicity Earth realizamos sensibilizações temáticas com as crianças guaranis na aldeia Nhu-Porã, Torres, e as kaingang da Terra Indígena Rio dos Índios. Ainda em  2024 nos colocamos em ação nos abrigos provisórios que acolheram os afetados pelas enchentes na Capital.


Assim vamos fazendo esse exercício da prática para a teoria e da teoria para a prática, o que faz da educação ambiental do Instituto Curica é um trabalho sempre em processo, ressignificando palavras que nunca deveriam perder o sentido como conscientização, participação, cidadania, liberdade, afeto, respeito a natureza. 

Situação - contínua

Parceiros - Instituto de Biociências da UFRGS, PróRext e ProPesq da UFRGS

 

Equipe Técnica - Instituto Curicaca: Patrícia Vianna Bohrer, Alexandre Krob, Julia Witt, Fabiana Rosário, Letícia Bolzan e inúmeros estagiários da UFRGS que agregaram criatividade e conhecimentos.


Financiadores - PNMA e PDA Mata Atlântica do Ministério do Meio Ambiente, CNPq, Fundação Itaú Social, Incra do Ministério do Desenvolvimento Agrário, RS Biodiversidade.

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