O Instituto Curicaca foi reconduzido à presidência do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (CERBMA/RS), para mais três anos de mandato, durante o triênio de 2020-2022. A vice-presidência ficará a cargo da Secretaria Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul. Os principais desafios para o novo mandato ainda não foram definidos pelos conselheiros, mas entre os que foram pauta na gestão passada, deverão seguir a demanda pelo não licenciamento da Mina Guaíba, a efetividade de Unidades de Conservação, que são as zonas núcleo da Reserva, o apoio aos povos e comunidades tradicionais que fazem uso sustentável da biodiversidade e ajudam na sua conservação e interações com licenças ambientais que afetem zonas núcleo e de amortecimento.
Ainda na ultima reunião, ocorrida em dezembro, o representante da comunidade cientifica do Rio Grande do Sul no Conselho Nacional, Prof. Ubirata Jacobi da FURG, informou que, ao participar da reunião nacional, voltou muito impressionado com os elogios que o nosso Comitê Estadual recebe. Disse que “o presidente nacional, Clayton Lino, referiu-se com orgulho e ênfase a longa e contínua historia de funcionamento do Comitê e falou que atualmente é um dos únicos do país em plena atividade”. Boa parte dessa história tem acontecido sob a coordenação do Instituto Curicaca, ora em parceria com a Fepam e ora em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e a Secretaria Estadual de Cultura.
Alexandre Krob, que exerce a presidência representando o Instituto Curicaca, lembra:“O comitê é muito ativo e tem subsidiado várias posições da sociedade frente a conflitos ambientais e oportunidades de desenvolvimento sustentável, respeitando a riqueza biológica e a diversidade cultural. Estamos entrando em um novo ciclo, com um novo conjunto de pautas para serem conduzidas,conforme as demandas dos conselheiros e dos órgãos públicos. Essa longa e frutífera caminhada é, principalmente, efeito de um diálogo positivo que se estabeleceu e tem se mantido entre as dezoito instituições que compõem o colegiado, metade do governo e metade da sociedade civil, e que por meio de seus técnicos e representantes têm a conservação da Mata Atlântica e sua cultura associada uma prioridade”.
Sobre a Reserva e sua gestão
A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) é a maior reserva da biosfera em área florestada do planeta, abrangendo áreas dos 17 estados brasileiros de ocorrência natural do Bioma Mata Atlântica. Foi a primeira reconhecida no Brasil pela Unesco há 28 anos. É um exemplo mundial de estímulo às boas práticas na manutenção do equilíbrio entre a qualidade ambiental, o desenvolvimento sustentável e a manutenção da biodiversidade.As principais funções da Reserva são: a conservação da biodiversidade e dos demais atributos naturais da Mata Atlântica, incluindo a paisagem e os recursos hídricos; a valorização da sociodiversidade e do patrimônio étnico e cultural a ela vinculados; fomento ao desenvolvimento econômico que seja social, cultural e ecologicamente sustentável e apoio a projetos demonstrativos; produção e difusão do conhecimento, educação ambiental e capacitação, pesquisa científica e monitoramento.
No RS, o Comitê se reúne a cada dois meses, na segunda terça-feira dos meses, para discutir diversas pautas. Zonas Núcleo, empreendimentos hidrelétricos e participação efetiva em conselhos de Unidades de Conservação são assuntos que foram discutidos em dezembro desse ano. Conta com a participação de representantes do Instituto Curicaca, do Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM), do Conselho Estadual dos Povos Indígenas (CEPI), do Conselho Gaúcho de Aquicultura e Pesca Sustentáveis (CONGAPES), do Departamento de Biodiversidade (DBio) da SEMA, do Departamento de Memória e Patrimônio (DMP) da SEDAC, da Empresa Sul Riograndense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), da Federação das Associações de Municípios do RS (FAMURS), da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (FEPAM), da Federação Estadual dos Trabalhadores na Agricultura do RS (FETAG), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano (METROPLAN), do Núcleo Sócio Ambiental Araça-Piranga e da ONG MIRA-SERRA. PUC e UFRGS, Unisinos e UERGS, UFPel e FURG alternam-se respectivamente nas três vagas para instituições de pesquisa.
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