Curicaca e Kaingang plantam 2000 mudas na aldeia Goj Vêso

Na forma de mutirão, o Instituto Curicaca e indígenas da Aldeia Goj Vêso, iniciaram a restauração da área com frutíferas nativas. Nos dias 7 e 8 de junho, durante a semana de meio ambiente, foram plantadas 2 mil mudas para ajudar no enfrentamento da crise climática e qualidade alimentar.

A iniciativa deveria ter acontecido no ano passado, mas foi interrompida pelas enchentes de maio, quando o Curicaca suspendeu seus projetos para atuar na ajuda humanitária e algumas famílias desta aldeia foram diretamente afetadas pela subida das águas do Rio Uruguai.

Os plantios foram feitos pelas famílias, com forte presença de jovens e crianças. Na tradição Kaingang os pequenos participam de tudo aprendendo com os adultos. Para o cacique Isaías, “essa é a primeira vez que ocorre um plantio de árvores frutíferas nessa dimensão em uma terra Kaingang do Rio Grande do Sul”, o primeiro de uma série.

Não podiam faltar as comidas típicas: cozido de fuá, bolo na cinza (Ēmi), peixe assado (Pirã kugjin), mandioca assada (Ka nin kusir) e farofa de milho (farīnh totoro). A professora Leila contou que está mais difícil encontrar o fuá, que costuma crescer na lavoura dos vizinhos após a colheita, mas que hoje está sendo eliminado com herbicida.

A analista ambiental Alice Roitman conduziu o plantio com as crianças, muito empolgadas, que ficaram querendo mais. A coordenadora de educação ambiental, Patrícia Bohrer, conduziu atividades lúdicas e desenhos com os pequenos, que representaram as árvores plantadas. Alexandre Krob, atuou junto aos indígenas nos plantios dos SAF próximos às casas e em áreas coletivas da aldeia.

“Queremos ampliar as iniciativas de restauração em parceria com o Curicaca para outras aldeias Kaingang da Região do Alto Uruguai, como Pinhalzinho, Guarita e Nhacorá”, disse o lider indígena Douglas Rosa, um dos organizadores do evento.

A atividade aconteceu dentro do projeto de restauração no Corredor Ecológico do Yucumã, realizado pelo Curicaca em parceria com o WWF Brasil, que conta com o apoio da Creluz, que por meio de convênio cede uma cota anual de mudas nativas para os plantios realizados pela ONG.