Mata da Capitulina sob ameaça: um dos últimos remanescentes de florestas de araucária de interior exige ação urgente
- institutocuricaca

- 15 de ago.
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Uma das ações propostas pelo Instituto Curicaca no desenvolvimento do PAT Planalto Sul foi avaliar a situação atual de áreas há muito tempo indicadas por especialistas como importantes para a conservação da biodiversidade na região do Planalto das Araucárias, abrangendo Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O resultado foi desanimador. Muitas delas sofreram fortes alterações entre 1985 e 2024. Entre as 14 áreas estudadas, as mais íntegras, considerando indicadores da qualidade da paisagem, foram a Mata da Capitulina e a região do complexo Banhado Amarelo e Canyon Josafaz, no Rio Grande do Sul, e o Campo dos Padres e a Coxilha Rica, em Santa Catarina.
Recebeu destaque a Mata da Capitulina, localizada em Vacaria, no RS. Trata-se de um dos últimos remanescentes de florestas de araucária de interior, área fonte de espécies e de material genético para a recuperação do corredor ecológico associado ao Rio Pelotas. Além disso, já possui um mecanismo de proteção, quando ali foi reconhecida uma Área de Preservação Permanente especial, designada por decreto estadual, mas que nunca recebeu gestão efetiva pelo Estado do Rio Grande do Sul. Os remanescentes de araucárias seculares resistem em áreas de difícil acesso, respeitados culturalmente por uma parte dos proprietários, mas derrubados seletivamente por outros, enquanto o desejo de conservação da histórica senhora Capitulina vai caindo no esquecimento.
“Apesar de sua relevância ecológica, a área enfrenta ameaças crescentes, como desmatamento, monocultura de soja, empreendimentos de recreação e lazer, caça de animais silvestres, invasão por javalis, o que reforça a necessidade urgente de ações colaborativas para garantir a sua integridade”, pontuou Alexandre Krob, Coordenador Técnico e de Políticas Públicas do Curicaca.
O PAT Planalto Sul ocorreu no âmbito do GEF Pró-Espécies, numa parceria com a Sema-RS e o IMASC, financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente, que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e implementada pelo Funbio, com o WWF-Brasil como agência executora.


