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Curicaca dá início a novo projeto no Parque de Itapeva

No final de abril aprovamos o projeto de formação de Condutores de Visitantes em Unidades de Conservação no Edital da Fundação SOS Mata Atlântica. A iniciativa é uma forma de o Instituto Curicaca ajudar na implantação do Plano de Uso Público (PUP) do Parque Estadual de Itapeva, que finalizamos em maio (leia mais). Mas sempre existe a preocupação de que o plano permaneça apenas como um documento de papel. Houve, então, um compromisso mútuo entre o Curicaca, outras ongs, entidades empresariais, a Prefeitura de Torres e o Governo Estadual de que todos realmente se empenhassem em implantar o plano. Com isso, antes mesmo de o PUP estar pronto, já fomos em busca de recursos para apoiar a comunidade local no acesso aos serviços que serão delegados.



A iniciativa propõe a organização de jovens moradores da comunidade da região em volta do Parque de Itapeva para a criação de um grupo de voluntários. Esses participarão de um curso de formação de Condutores de Visitantes em Unidades de Conservação, aplicado pelos técnicos do Instituto Curicaca. O curso será gratuito e seu plano de ensino engloba as seguintes atividades teórico práticas: aprendizado sobre a biodiversidade e a riqueza cultural da região; desenvolvimento das habilidades necessárias para conduzir grupos de 15-20 pessoas; noções básicas de primeiros socorros; e aprendizado sobre as Unidades de Conservação. A formação terá ênfase na observação de aves e fundamentação em educação ambiental.


Após a formação, é esperado que os condutores possam proporcionar aos visitantes uma vivência agradável e interativa com a natureza, com acesso à informações sobre a flora, fauna, ambientes e serviços ecológicos existentes no Parque, bem como à sua relação com a história e a pré-história. Caso haja necessidade, os condutores poderão dar o atendimento inicial para acidentes cotidianos em trilhas. A prática de conduta consciente em Unidades de Conservação ajudará os visitantes a estarem preparados para a visita em outras áreas protegidas da região.


Em maio, a técnica do Instituto Curicaca, Lais Gliesch, foi à São Paulo para participar da reunião de planejamento inicial com os representantes da Fundação SOS Mata Atlântica. O coordenador técnico do Curicaca, Alexandre Krob, prevê que os tramites iniciais serão rápidos e logo os contratos já estarão sendo assinados. “É provável que em junho já estaremos habilitados para iniciar as atividades previstas e estaremos buscando os jovens do entorno que tenham interesse em participar do grupo de voluntários e, talvez, fazendo a primeira reunião de motivação com eles."



Até pouco tempo as duas formações credenciadas para quem quisesse atuar em Unidades de Conservação (UC) eram a de Condutores Locais de Ecoturismo e a de Guia de Atrativos Naturais. Então, em 2014, o Plano Nacional de Turismo criou a função de Condutor de Visitantes em Unidades de Conservação, que exige uma formação mais simplificada para que se possa exercer um bom trabalho. Pouco tempo depois, o ICMBio regulamentou a formação de Condutores de Visitantes de UCs por meio de uma Instrução Normativa, que determina o conteúdo que deve ser ensinado a eles.


O que diferencia os três casos é a escala de atuação. Um Guia pode atuar em qualquer lugar do Brasil, um Condutor Local atua regionalmente e o Condutor de Visitantes está vinculado mais diretamente a uma área. Para desenvolver os conhecimentos necessários à formação dos jovens torrenses, nos apoiaremos na nossa própria experiência, uma vez que já formamos cerca de 150 Condutores Locais de Ecoturismo, adaptada às atualizações dadas pelo Plano Nacional de Turismo e a Instrução Normativa do ICMBio. 


Porque priorizar jovens da comunidade local?


O Plano de Uso Público do Parque Estadual de Itapeva previu a criação de trilhas, centro de visitantes com exposições educativas, áreas para ciclismo e caiaquismo, lancherias e cafés, mirantes para a admiração do paisagem e a observação de aves e de anfíbios. A sua estratégia de implantação previu abrir oportunidade para diferentes grupos da sociedade torrense acessarem os benefícios sociais e econômico. Tomamos como objetivo que empresários e condutores locais tenham a chance de operar as atividades de visitação pública. Envolvendo diversos grupos menores ao invés de uma concessão única para uma grande empresa de fora, pretende-se o desenvolvimento econômico mais sustentável para a região.

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