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Certificação florestal falha também é motivo da extinção dos campos de altitude

Uma nota foi publicada na revista Science por pesquisadores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, questionando a certificação florestal de plantios de eucalipto, que vêm convertendo os campos naturais de altitude, parte da Mata Atlântica. Esses selos de reconhecimento de sustentabilidade ambiental e social permitem o comércio da madeira e de seus derivados no mercado internacional, criando ganhos significativos de alcance e de valores financeiros.

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Em março de 2025, a equipe do Curicaca avaliou a situação da Coxilha Rica, em Lages (SC), uma região reconhecida por pesquisadores e conservacionistas como de altíssima relevância para a conservação dos campos de altitude e da pecuária associada. Encontramos uma situação crítica, com quatro empresas reflorestadoras atuando fortemente na lacuna de proteção deixada por uma lei estadual inconstitucional, do Legislativo daquele estado. Pecuaristas desestimulados e até mesmo o turismo vêm sendo afetados pela mudança da paisagem — de campos para pinus.



No texto, os autores referem-se à Klabin S.A. como uma das empresas envolvidas, e a organizações certificadoras independentes que estariam fechando os olhos para o grande impacto sobre esse ecossistema gravemente ameaçado de extinção. Fomos buscar no site da empresa e encontramos uma referência ao selo Forest Stewardship Council – FSC.



No Resumo Público Grupo Klabin Santa Catarina e Rio Grande do Sul, encontramos: “Em 2004, a Unidade Florestal de Santa Catarina recebeu a certificação florestal do FSC®, o que garante que seus plantios florestais adotam as melhores práticas socioambientais e econômicas. Em 2024, a empresa garantiu a certificação PEFC – Programme for the Endorsement of Forest Certification”. Se na nota da Science os pesquisadores não fizeram essa referência, nós a fazemos aqui, na expectativa de uma reflexão e mudança de postura.



Evidentemente, os fatores se somam na extinção dos campos de altitude. Acrescente-se um Legislativo que atua na contramão das urgências do clima e da biodiversidade, um Executivo passivo e um Judiciário lento.


 
 
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