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O que o Porto em Arroio do Sal, a BR319 e a exploração de petróleo na Foz do Amazonas têm em comum?

Em todos, o Governo usa o fato consumado e liga o "modo rolo compressor" para manter compromissos com os poderosos da produção, assumidos lá atrás por Lula-Alckmin. O presidente, o vice-presidente e alguns ministros revezam-se, bancando grandes obras com graves conflitos ambientais.



O descaso com a biodiversidade e a sociodiversidade pode ser sintetizado na frase de Alckmin: “o número 1 é in-ves-ti-men-to”, associado ao velho discurso de geração de emprego e renda. Esconde que são empregos de curta duração em obras para instalar processos robóticos onde “renda” é o lucro das empresas em troca da natureza e do clima.


Nenhum dos três tem licença ambiental. E o que isso significa? Que nada está dado, porque as obras podem não ser viáveis. Na Foz do Amazonas, o nó é o grande risco de extinção de corais e espécies dependentes. Na BR319, disparará o desmatamento e a perda de espécies ameaçadas em áreas protegidas e em povos e comunidades tradicionais.


E no Porto de Arroio do Sal? Por que o Instituto Curicaca levou esse problema ao Ministério Público Federal, que acompanha o licenciamento da obra conosco?


A parte marinha vai impactar espécies migratórias ameaçadas de extinção ou sensíveis que usam a região - baleia franca, toninha, boto-de-lahille, pinípedes - que chegam da Patagônia à Ilha dos Lobos. A presença de um molhe artificial afetará processos ecológicos e geológicos sedimentares. A rota própria para grandes navios cargueiros afetará o trânsito de barcos de pesca. Tudo isso no mínimo e que pode inviabilizar a licença. Estamos atentos e prontos para incidir.


Convenientemente, escondida embaixo do tapete, está a previsão de uma grande ponte cruzando a Lagoa de Itapeva para passarem caminhões que aumentarão o fluxo na Rota do Sol. Virão impactos associados sobre pescadores artesanais, a biodiversidade lacustre e as Unidades de Conservação. Há décadas pedimos que o licenciamento seja conjunto nesse tipo de obra.


Portanto, o anúncio sobre o Porto dos ministros Costa Filho e Pimenta é tão eleitoreiro quanto a maioria deste momento.

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