Em toda a expedição é o tempo que controla o tempo. É o Clima que nos diz quando e onde ir. Nesse dia de muita chuva, de ventos fortes e altas ondulações no mar, a Expedição Mata Atlântica Extremo Sul teve que adiar suas atividades oceânica, que deve acontecer amanhã. Em meio à chuvarada, nada melhor do que sair procurando sapos e pererecas. Nossas herpetólogas Caroline Zank e Nicole Raupp mandaram bem e mostraram ao Chris Scarffe três espécies ameaçadas de extinção para as quais buscamos proteção na natureza.

O sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus macrogranulosus) foi o astro do dia. Fomos ver como ele está passando em uma gruta que ocupa junto à BR 101. Colocamos a espécie como alvo de conservação no PAN Herpetofauna do Sul, devido a nossa procupação com seu isolamento pela fragmentação do habitat, riscos de pisoteio e de atropelamento. A duplicação da rodovia teve duplo sentido, aumentou o isolamento, mas reduziu o impacto pelas pessoas que ocupavam o atrativo natural.
O sapinho-flamenguinho (Melanophryniscus dorsalis) é a espécie símbolo de uma Unidade de Conservação que ajudamos a criar e a efetivar. Logo vamos visitá-la. Nossas estratégias de microcorredores ecológicos, de proteção dos campos de dunas e de controle da expansão urbana têm sido a esperança para essa população, cada vez mais isolada. A luta tem sido muito difícil, na base do cabo-de-guerra. Ora puxamos para o meio ambiente ora somos puxados pela ganância humana.

A perereca-macaco (Phyllomedusa distincta) é uma espécie com dedo opositor parecido aos humanos, o que lhe confere grande habilidade de andar pelos ramos das árvores. Junto com pesquisadores parceiros registramos esta espécie na Lagoa do Morro do Forno, local onde estamos propondo a criação de uma Unidade de Conservação. Outro desafio importante tem sido reduzir o seu atropelamento, história que vamos conhecer numa próxima parada dessa viagem.
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