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Um legado do Professor para toda a biosfera

Entramos num túnel verde, a caminho de Dom Pedro de Alcântara. Seguimos para a antiga Colônia de São Pedro, aonde chegaram imigrantes alemães. De repente surge uma enorme figueira. Ela divide a estrada ao meio formando uma ponte natural para a travessia da fauna em seus galhos. Dos dois lados está a Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata do Professor Baptista, nosso querido associado mais idoso.



Para nós ele é um curupira, um guardião das florestas, e não é por menos. Naturalista e professor emérito, sua vida tem sido dedicada à conservação da natureza. Não satisfeito em ter ajudado a criar diversas áreas protegidas no Rio Grande do Sul na década de 70, o Professor, como é conhecido, tornou-se um investidor privado em conservação. Usou parte de seu salário para comprar pequenas áreas vitais para a riqueza biológica das florestas.


Foi assim, que protegeu um dos últimos remanescentes de floresta atlântica de terras baixas, muito cobiçada para agricultura quase extinta na Planície Costeira. Com a nossa ajuda, criou ali uma reserva particular federal, da qual viramos co-gestores e para a qual elaboramos um plano de manejo. Devido ao nosso compromisso com a área e a conservação da biodiversidade, Baptista nos escolheu para seguir seu legado.


Esta reserva é uma área chave para a conservação regional da biodiversidade. É zona núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, elo de conexão com outras áreas protegidas em um corredor ecológico que interliga o Litoral, a Encosta da Serra e o Planalto. Estamos transformando-a num portal de conservação de anfíbios na Mata Atlântica do Extremo Sul do Brasil.


Nossa expedição agora vai deixar as terras baixas costeiras, subir a Serra Geral até as florestas de araucária lá do alto, a mais de mil metros de altitude. Um caminho que já foi usado por tropeiros, indígenas e hoje é a rota de turistas que descem para as praias riograndenses.

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